Month: August 2024

inkarnate, uma aplicação para desenhar mapas

Uma ferramenta para construir mapas para serem usados, por exemplo, em jogos de tabuleiro.

Existe uma versão gratuita e uma versão Profissional com acesso a mais opções de desenho.

+infos(ferramenta): https://inkarnate.com/

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Livros com as histórias de videojogos

Vem aí mais uma coleção de livros, desta vez sobre a história de alguns videojogos.
o primeiro “Super Mario. Tudo começou com o Mario” a 2,99 €
contas por alto: 60 livros, total de 766,40 €, o que dá +-12,78 € por livro mas existe a coleção básica que são +- 66euros

Da lista surgem:
Entrega 1: Super Mario. Tudo começou com o Mario
Data de venda nas bancas: 05.09.2024
Entrega 2: Zelda. A saga mais inovadora
Data de venda nas bancas: 17.09.2024
Entrega 3: Resident Evil. O terror torna-se interativo
Data de venda nas bancas: 01.10.2024
Entrega 4: Final Fantasy. RPG made in Japan
Data de venda nas bancas: 15.10.2024
Entrega 5: Sonic. A revolução da velocidade
Data de venda nas bancas: 29.10.2024
Entrega 6: Assassin’s Creed. A saga com mais vidas
Data de venda nas bancas: 05.11.2024
Entrega 7: Super Mario. Mario no século XXI
Data de venda nas bancas: 12.11.2024
Entrega 8: Metal Gear Solid. Entre o cinema e os videojogos
Data de venda nas bancas: 19.11.2024
Entrega 9: Street Fighter. A derradeira saga de luta
Data de venda nas bancas: 26.11.2024
Entrega 10: Tomb Raider. Lara Croft, a celebrity dos videojogos
Data de venda nas bancas: 03.12.2024
Entrega 11: Silent Hill. O auge do terror psicológico
Data de venda nas bancas: 10.12.2024
Entrega 12: Pokémon. O jogo que criou uma indústria
Data de venda nas bancas: 17.12.2024
Entrega 13: Zelda. Em direção a Breath of the Wild e Tears of the Kingdom
Data de venda nas bancas: 24.12.2024
Entrega 14: Monkey Island. Os melhores gráficos de aventura
Data de venda nas bancas: 31.12.2024
Entrega 15: Final Fantasy VII. A derradeira fantasia
Data de venda nas bancas: 07.01.2025
Entrega 16: Grand Theft Auto. Ação urbana até ao limite
Data de venda nas bancas: 14.01.2025
Entrega 17: Super Mario 64. Os primórdios da era 3D
Data de venda nas bancas: 21.01.2025
Entrega 18: Dark Souls. A fantasia negra mais exigente
Data de venda nas bancas: 28.01.2025
Entrega 19: The Witcher. O auge do RPG imersivo
Data de venda nas bancas: 04.02.2025
Entrega 20: The Last of Us. A maturidade dos videojogos
Data de venda nas bancas: 11.02.2025
Entrega 21: Zelda: Ocarina of Time. O Zelda mais lendário
Data de venda nas bancas: 18.02.2025
Entrega 22: Sonic. Velocidade, agora em 3D
Data de venda nas bancas: 25.02.2025
Entrega 23: Call of Duty. A guerra na primeira pessoa
Data de venda nas bancas: 04.03.2025
Entrega 24: Street Fighter II. O rei das arcadas
Data de venda nas bancas: 11.03.2025
Entrega 25: The Elder Scrolls. RPG e mundos abertos
Data de venda nas bancas: 18.03.2025
Entrega 26: DOOM. O pioneiro dos shooter na primeira pessoa
Data de venda nas bancas: 25.03.2025
Entrega 27: God of War. O deus da ação da PlayStation
Data de venda nas bancas: 01.04.2025
Entrega 28: Grand Theft Auto V. Vida de gangster virtual
Data de venda nas bancas: 08.04.2025
Entrega 29: Gran Turismo. O clássico da condução
Data de venda nas bancas: 15.04.2025
Entrega 30: Donkey Kong. A lenda das plataformas
Data de venda nas bancas: 22.04.2025
Entrega 31: World of Warcraft. O grande RPG online
Data de venda nas bancas: 29.04.2025
Entrega 32: God of War Ragnarök. A ação mais cinematográfica
Data de venda nas bancas: 06.05.2025
Entrega 33: Castlevania. O Drácula aterroriza as consolas
Data de venda nas bancas: 13.05.2025
Entrega 34: Minecraft. O sandbox torna-se global
Data de venda nas bancas: 20.05.2025
Entrega 35: Skyrim. O precursor do mundo aberto moderno
Data de venda nas bancas: 27.05.2025
Entrega 36: FIFA. O franchise desportivo de maior sucesso
Data de venda nas bancas: 03.06.2025
Entrega 37: Baldur’s Gate. Feiticeiros, bárbaros e elfos
Data de venda nas bancas: 10.06.2025
Entrega 38: Half-life. A nova geração dos shooter
Data de venda nas bancas: 17.06.2025
Entrega 39: League of Legends. O rei dos desportos eletrónicos
Data de venda nas bancas: 24.06.2025
Entrega 40: The Sims. A arte de simular a vida real
Data de venda nas bancas: 01.07.2025
Entrega 41: StarCraft. Estratégia numa escala nunca antes vista
Data de venda nas bancas: 08.07.2025
Entrega 42: Pac-Man. Os jogos de arcada que mudaram o mundo
Data de venda nas bancas: 15.07.2025
Entrega 43: Age of Empires. A estratégia mais icónica
Data de venda nas bancas: 22.07.2025
Entrega 44: Dragon Quest. O pai do RPG japonês
Data de venda nas bancas: 29.07.2025
Entrega 45: Tetris. O quebra-cabeças que revolucionou o mundo
Data de venda nas bancas: 05.08.2025
Entrega 46: Halo. A maturidade do shooter
Data de venda nas bancas: 12.08.2025
Entrega 47: Fortnite. O videojogo como fenómeno global
Data de venda nas bancas: 19.08.2025
Entrega 48: Metroid. A revolução das aventuras em 2D
Data de venda nas bancas: 26.08.2025
Entrega 49: Diablo. A grande batalha no inferno
Data de venda nas bancas: 02.09.2025
Entrega 50: Mortal Kombat. A luta mais extrema
Data de venda nas bancas: 09.09.2025
Entrega 51: Devil May Cry. A ação 3D sobe de nível
Data de venda nas bancas: 16.09.2025
Entrega 52: Elite. E os jogos dos primeiros computadores domésticos
Data de venda nas bancas: 23.09.2025
Entrega 53: Mass Effect. O auge da ficção científica interativa
Data de venda nas bancas: 30.09.2025
Entrega 54: Tekken. O rei da luta 3D
Data de venda nas bancas: 07.10.2025
Entrega 55: Red Dead Redemption. O Far West mais genuíno
Data de venda nas bancas: 14.10.2025
Entrega 56: Uncharted. A grande aventura da PlayStation
Data de venda nas bancas: 21.10.2025
Entrega 57: Nier Automata. Uma revolução narrativa
Data de venda nas bancas: 28.10.2025
Entrega 58: Kingdom Hearts. RPG com magia Disney
Data de venda nas bancas: 04.11.2025
Entrega 59: Elden Ring. O mundo aberto mais desafiante
Data de venda nas bancas: 11.11.2025
Entrega 60: Bioshock. A narrativa mais envolvente
Data de venda nas bancas: 18.11.2025

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Estúdios portugueses de gaming fecharam contratos com publishers internacionais durante a Gamescom, por Rui Pereira

Para arquivo:
Estúdios portugueses de gaming fecharam contratos com publishers internacionais durante a Gamescom

Em representação dos estúdios portugueses, o pavilhão organizado pela APVP contou com a parceria do consórcio eGames Lab e o Gaming Hub da Unicorn Factory Lisboa. O objetivo foi facilitar o networking, negócios e parcerias entre os diferentes “players” da indústria.

A Associação de produtores de videojogos portugueses (APVP) fez um balanço bastante positivo da presença da comitiva portuguesa na Gamescom 2024, o maior evento da indústria do gaming. Contando atualmente com 29 associados, a associação tem como missão alavancar a indústria nacional de produção de videojogos e a sua promoção, dentro e fora do país.

O crescimento da indústria em Portugal, onde nos últimos anos se regista mais produtores e estúdios, num aumento que reflete a resiliência, consolidação e diversificação do sector, aponta a associação. Por outro lado, aponta que a expansão da indústria se deve aos esforços concertados das empresas nacionais em expandir a presença no mercado global. Em rota inversa, a APVP diz que tem havido um interesse internacional de novos estúdios a estabelecerem operações em Portugal.

A Gamescom, que acabou no último domingo, recebeu mais de 30 mil profissionais na sua área de negócios. Esta área com 230 mil metros quadrados concentravam 1.400 pavilhões, com 48 a representar 37 países. E Portugal foi um dos países estreantes com um pavilhão dedicado nesta área de negócios, naquele que foi um esforço conjunto da APVP, o consórcio eGames Lab e o Gaming Hub da Unicorn Factory Lisboa, onde as empresas tiveram a oportunidade para promover a internacionalização da indústria portuguesa.

O presidente da APVP, Jeferson Valadares, destacou a presença de 10 empresas portuguesas no evento, incluindo os estúdios ONTOP, Redcatpig e a One Way Eleven. Também estiverem presentes os prestadores de serviços como a Kokku e fornecedores de ferramentas como a Anybrain e a Testwaves. A comitiva incluiu ainda a presença da plataforma portuguesa de distribuição de apps Aptoide, que recentemente vendeu a sua participação na Faurecia Aptoide Automotive para se concentrar no novo Marketplace para iOS e Android. Astral Shift, Didimo, Fortis Games, Ground Control Games, Camel 101 e Massive Galaxy foram outras das empresas nacionais presentes.

“Mais de 25 empresas portuguesas tiveram representantes no evento e pudemos receber na nossa casa longe de casa um número ainda maior de profissionais portugueses presentes no evento a representar empresas estrangeiras”, sublinhou o presidente da APVP. Além do networking e possibilidade de mostrar os videojogos neste palco global, a presença no evento também serviu para reforçar e aproximar a comunidade portuguesa de produtores, que trabalham tanto em Portugal como no resto do mundo.

Em nota paralela, a APVP participou na Assembleia Geral da Federação Europeia de Produtores de Videojogos (EGDF) que se realizou na Gamescom. A associação esteve envolvido nas discussões de visão e estratégia das congéneres europeias. Jeferson Valadares salienta que a união é fundamental, sendo vital o trabalho conjunto para posicionar a Europa como um centro global de produção de videojogos. Desde o início da atividade que a associação nacional trabalha de perto com a EGDF, considerando que as políticas europeias têm repercussão direta no desenvolvimento da indústria em Portugal. Desta forma é possível aceder a recursos e condições necessárias para que os produtores portugueses possam competir a nível internacional.

O estúdio Camel 101 esteve no pavilhão da Europa Criativa, um programa da União Europeia para o apoio exclusivo aos sectores culturais e criativos. Levou na bagagem o seu próximo jogo Beneath que teve oportunidade de mostrar às editoras e imprensa internacional. A norueguesa Funcom, que tem um braço em Lisboa, também esteve presentes com Dune Awakening, um dos jogos destacados na conferência de abertura Opening Night Live.

A APVP organizou um evento local Happy Hour, em parceria com a DevGAMM no dia 22 de agosto, acolhendo no pavilhão de Portugal mais de 150 profissionais de diversos países com o objetivo de networking e trocas de ideias. Foi também anunciada a segunda edição do DevGAMM em Lisboa, que se vai realizar nos dias 14 e 15 de novembro. O evento volta a realizar-se em Cascais, tendo confirmados oradores internacionais de empresas como a Mojang Studios, Guerrilla Games e IO Interactive.

Em declarações ao SAPO TEK, Diogo Rato, diretor executivo da APVP, destaca o conjunto heterogéneo de propostas que levaram para o pavilhão de Portugal. “Apesar de ainda não termos recolhido os dados, mas já tenho a informação que houve vários estúdios que conseguiram começar conversas com publishers, houve estúdios que fecharam contratos com publishers, vários dos fornecedores de serviços e ferramentas conseguiram contratos para explorar nos próximos anos”, referindo como muito positiva a participação no evento.

Depois dos dias presentes na área de business, a comitiva portuguesa voltou-se para as demonstrações ao público geral, os consumidores, entre os dias 22 a 25 de agosto. Uma oportunidade de expor alguns dos títulos nacionais aos cerca de 335 mil visitantes.

O recém-lançado Exophobia do estúdio Zarc Attack e Townseek da Whale and Games foram alguns dos títulos presentes. “Ainda não tive oportunidade de falar com eles desde que chegaram, mas tiveram muito boa receção”, refere Diogo Rato, acrescentando que o “mercado atualmente está num ciclo não brilhante e não é o mais promissor, mas do lado B2B, aquele que contactei mais de perto, tivemos pela primeira vez, creio, a ONTOP a mostrar um jogo de realidade aumentada na zona de negócios a tentar angariar a atenção da imprensa e correu muito bem”.

Diogo Rato destaca ainda a presença de Arc Seed da Massive Galaxy no evento da Gamescom no Steam. “Os números da wish list não foram brilhantes, mas foram bons”. O diretor da APVP salientou ainda a passagem de vários publishers no pavilhão de Portugal, onde foram pedidos contactos de estúdios portugueses para publicar, “um fenómeno que não costuma acontecer muitas vezes, eles virem falar diretamente connosco, o que demonstra o um interesse de futuro bastante promissor”.

Depois da Gamescom, a APVP já tem na agenda outras iniciativas mobilizadoras a nível internacional. O Indie Dev Day em Barcelona, que decorre entre os dias 27 a 29 de setembro, junta a APVP ao Gaming Hub do Unicorn Factory Lisboa, o IndieX e a organização do Indie Dev Day criaram a marca Game Ibérica, levam-se estúdios portugueses a Espanha e espanhóis a Portugal. “Dada a cultura indie mais acesa em Espanha, vamos levar seis estúdios a Barcelona, já os escolhemos e vamos ter um espaço dedicado aos produtores independentes de Portugal”. No ano passado foram três estúdios, incluindo a Massive Galaxy, a Digitality e o Game Dev Técnico. E em junho foram também quatro estúdios portugueses a Madrid.

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Lone Sherman do Mike Lambo

O jogo Lone Sherman do Mike Lambo é um jogo de tabuleiro sobre a segunda grande guerra, e que é jogado em modo solitário. Tem como texto de apresentação por parte do autor:
“Lone Sherman puts you in charge of a single Sherman Tank and its crew somewhere in France in World War II, and tasks you with navigating your Sherman through varied and challenging Missions. Whilst this game is not a ‘narrative driven’ game as such, with a little imagination it will provide memorable stories. The Missions allow the Player to invent any kind of back-story they like in order to enhance the feel of the game. Some events are randomly generated, but the Player always has at least some degree of control over the level of risk they wish to take and how vulnerable they leave their Tank to these Events.

The aim of this book is to present a clear, accessible, and quick to learn game, so that players can get into the action quickly. It does not try to replace more complex wargames which often take many hours to learn and to play. Each of the 11 Missions can be played in around an hour, although sometimes a Mission will last a much shorter time if your Tank is destroyed! Each Mission provides plenty of replayability due to the random set up of the initial forces and the many Events and decisions in the game.

This book is a solitaire hex and counter style wargame. You play the game, and the enemy is controlled by the game book (or the Artificial Intelligence or ‘AI’). You will need to bring at least 5, but preferably 7, standard six-sided dice. Full colour ‘Mission Maps’ are included. Methods to play the game include:
Cut out or copy the counters provided on the final page of the book, stick them to card and cut them out with a good quality craft knife or pair of scissors.
Photocopy the maps and draw/write on the pages lightly in pencil and erase when necessary. You can use any annotations you choose for the units, that make sense to you.
Lay the book flat (it’s well-bound, it can stand it!) and use cubes, miniatures, or similar tokens for the units.
Use some kind of acetate and dry-wipe markers.
Take a photo of the maps on a tablet and use the “edit” function to draw and erase.
Complexity: 3/5
Players: 1
Time: 60 minutes per Mission (average)”

Este não é o único jogo que Mike Lambo desenvolveu, existem outros. vários e nem todos sobre a segunda grande guerra. Paralelamente existe também um “artista” do 3D que desenho alguns objetos físicos para serem usados com este jogo. Não são necessários mas são um extra para dar mais um colorido ao jogo. Estes objetos impressos a 3D adaptam-se a todas as 11 missões deste Lone Sherman.

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Concurso para uma board wargame

Encontrei numa rede social esta referência para um concurso que está a decorrer para um wargame. “one Box Wargame” por Malev Da Shinobi

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+infos(Malev): https://www.instagram.com/malev_minis/

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Centro de Portugal: A nova capital do Gaming (uma reportagem)

Fica aqui e para arquivo a reportagem que foi feita por alguém no “turismo do centro” intitulada “Centro de Portugal: A nova capital do Gaming

“Centro de Portugal: A nova capital do Gaming

Byron Sanders veio de Inglaterra de propósito para Portugal por amor a uma conimbricense. E veio de Coimbra de propósito para Cantanhede por curiosidade com o Street Gaming. Um evento que, por sua vez, lhe está a proporcionar uma outra viagem: À sua infância.

Naquele instante, Byron fecha os olhos e vê-se a caminhar nas Midlands, nos arredores de Birmingham, nos entardeceres após a escola. É novembro, o tempo está frio e cinzento, em contrataste com o seu entusiasmo. A mochila bate-lhe nas costas com os passos apressados no alcatrão. Está ansioso por chegar a casa, ligar a sua Master System e jogar «Sonic» até à hora do jantar. E se ainda não for desta que consegue terminar o videojogo do famoso ouriço azul, não há problema, tem a manhã toda de sábado e, dessa vez, já na companhia dos amigos.

“Carrega no botão, salta, salta”. Byron sorri à medida que dá as instruções. Tem uma cerveja preta na mão e a filha Olívia de três anos no colo. É ela que tem o comando. Juntos, divertem-se na alegre companhia da simpática mascote da Sega.

“É maravilhoso poder reviver estas memórias hoje. Poder ver a minha filha a jogar o mesmo jogo que eu jogava quando também era criança; é fantástico”.

Afirma que o Street Gaming é o primeiro evento de gaming em que participa. “Acho incrível. A mistura de gerações e até de nacionalidades que isto proporciona, a atmosfera hospitaleira. É absolutamente incrível!”.

Durante a conversa, Byron não consegue esconder o entusiamo de ver a filha a jogar. “Não caias na lava, cuidado!”. Passaram 30 anos, mas parece ter sido ontem que andou a recolher anéis dourados nos prados verdejantes de Green Hill. “Este jogo é simples e convidativo, não é complexo e técnico como os jogos de hoje. A simplicidade destes jogos é mágica. Ela tem três anos e já chegou ao nível dois. Acho que isso é fantástico”.

Com olhar nostálgico, lembra-se das sensações quando transitou da Master System para a Mega Drive – “A diferença era inacreditável, os gráficos eram incríveis” – e das tardes das férias de verão a jogar «Streets of Rage» com o irmão: “Que jogo, meus Deus! Passámos bons momentos a jogar isso!”.

Fica radiante quando descobre que também pode reviver esses momentos, pois essa consola e esse jogo também estão disponíveis no evento. “Há tantos equipamentos aqui, isto é inacreditável!”.

Byron olha em redor, com o som de dezenas de máquinas arcade e consolas dos anos 70, 80, 90 e 00 a ecoar à sua volta e o vislumbre de incontáveis mundos pixelizados. “Ainda não consigo acreditar que isto é gratuito. Em Inglaterra pagaria, no mínimo, 25 libras. Eu teria pago para vir aqui! É extraordinário que isto esteja aqui à disposição de toda a gente. Irei voltar, podem crer que irei voltar!”, assegurou, enquanto leva as filhas Olívia e Aurora pela mão, na companhia da mulher (Filipa), nesta visita guiada à sua infância.

Gaming para toda a família
O duo organizador do Street Gaming, João Diogo Ramos e Marco Fresco, sorriem perante esse quadro. “O nosso evento é isto! Um evento de diversão, direcionado para toda a família e que reúne todo o tipo de gaming, do mais antigo ao mais recente”, afirma João.

“Temos máquinas arcade clássicas e uma seleção enorme de consolas e computadores de antigamente que proporcionam aos nossos visitantes a oportunidade única de experimentar grandes clássicos dos videojogos”, complementa Marco. “Da mesma forma que temos consolas e computadores de última geração, onde é possível experimentar os jogos mais populares da atualidade e até viver experiências de realidade virtual”.

O Street Gaming, sublinham, não é o típico evento de gaming onde os pais levam os filhos para que estes se divirtam, de forma unilateral. “Aqui, os pais não ficam à espera, a olhar para o boneco, ansiosos por chegar a hora de voltar para casa”, destaca Marco, a rir.

Aqui, todos participam, ativa e entusiasticamente. Os pais mostram aos filhos as máquinas arcade que existiam nos salões de jogos e nos cafés, ou as consolas que tinham – ou sonhavam ter – em casa. Da mesma forma que os filhos levam os pais para o palco para jogarem juntos jogos da Playstation 5 (PS5) ou experimentar capacetes de realidade virtual.

Marco relata um episódio curioso: “Há pais que jogaram «Street Fighter 2» nas máquinas nos anos 90 e que, entretanto, nunca mais jogaram. Quando entram no recinto, ficam entusiasmados com a possibilidade de matar saudades desse clássico”. “Mas sem meter moedas”, acrescenta João, com uma gargalhada.

“No entanto” – prossegue Marco, “é difícil explicar a expressão no rosto desses mesmos pais quando os seus filhos os levam à secção da Playstation 5 (PS5) e os desafiam para jogar a versão atual, o «Streer Fighter 6». Ficam admiradíssimos: ‘Epá, como isto evoluiu…’ ”.

“No Street Gaming, fomentamos essa conecção das famílias, pais e filhos, unidos por um gosto comum, mas separado por 30 ou 40 anos. Nós fazemos a ponte entre essas décadas”, afirma João.

Infâncias marcadas pelos videojogos
João Diogo Ramos e Marco Fresco não decidiram criar o Street Gaming por mera casualidade. Há uma história que inclui coincidências improváveis, estradas empreendedoras distintas e uma ligação comum: uma paixão de infância pelos videojogos.

Em Febres (Fontinha), em meados dos anos 80, João adorava quando os pais decidiam ir ao café local. Tentava sempre “sacar” uma ou duas moedinhas de cinquenta escudos e descia à cave, onde havia mesas de bilhar e uma máquina arcade. Os jogos iam variado com o tempo, mas todos lhe devoravam moedas. Fosse o «Arkanoid», o «Pang», o «R-type» ou o «1942», que tinha um apetite particularmente apurado.

Depois começaram a aparecer os jogos de luta, “Beat ‘em ups”, que se tornaram o seu género de eleição. Passava horas a jogar «Final Fight», «Cadillacs and Dinosaurs», «Shadow Dancer». “Tudo o que tivesse artes marciais, eu era fã. Alugava todos os filmes de kung fu no videoclube”.

Mas foi em casa, com o ZX Spectrum, que ficou marcada a sua ligação aos videojogos. “Representava algo que penso ser comum a muitas pessoas. O sonho de poder ter em casa os jogos que víamos nos cafés, nas máquinas arcade”.

Relata um fenómeno curioso: “Os cartazes, as capas, todo o art work dos jogos Spectrum faziam uma promessa que depois o jogo não cumpria, graficamente. Os jogos não tinham nada a ver com os das máquinas de jogos. Mas nós imaginávamos que tinha”.

Algumas das cassetes mais rodadas no gravador ligado ao Spectrum foram o «Pheenix» – “um jogo tipo Space Invaders”, o «Tiger Road», o «High Noon» – “um duelo de pistoleiros do velho Oeste, achava-lhe imensa piada”, o «Barbarian» – “Adorava este! Era uma cópia descarada do Conan e eu adorava os filmes do Conan”, ou o «Robocop» – “Tinha a sensação que este era o ‘suprassumo’ dos jogos, os gráficos grandes e detalhados, os movimentos, o gajo até falava!”.

Teve ainda uma fase – enquanto jogador – pelo PC, “um potentíssimo 386”, onde jogou «Kings of Beach Volley» e testemunhou o aparecimento de clássicos como o «Wolfenstein» ou «Doom», sem esquecer o famigerado «FIFA» da Electronic Arts, ou alguns pelos quais nutria particular predileção, como o «Dune», «Syndicate» ou «Phantasmagoria».

Hoje, é raro jogar. A não ser na altura do Natal, onde, por nostalgia, “auto-obriga-se a ligar as consolas”, especialmente o Game Boy. “Passado meia hora estou farto”, diz, a rir. “Jogar, para mim, é essencialmente um exercício de nostalgia. O sonho sempre foi recriar as arcades em casa”.

Numa tarde no início dos anos 90, Marco Fresco chegou a casa e encontrou um computador.

“Foi algo repentino, nem tínhamos secretária para ele, estava em cima de uma cadeira e o rato no chão”. Começou a explorar o objeto novo e descobriu um jogo, o «Sokoban». “Basicamente, tinhas de empurrar uns caixotes para dentro de um elevador. Foi o meu primeiro videojogo de sempre, nunca mais me esqueci. A partir do momento em que joguei aquilo, abri a minha mente para aquela caixa mágica que era o computador”.

A partir daí, nunca mais parou. Passou para a Familly Game – uma clone da Nintendo (NES) que foi bastante popular em Portugal na primeira metade dos anos 90 – onde, para além do famoso «Super Mario Bros», divertia-se imenso com jogos como «Darwing Duck» ou «The Legend of Kage».

Depois veio a Super Nintendo (SNES), onde passou dias e noites a explorar cada recanto de «Mickey Mania», a distribuir pancada no «Super Double Dragon» e no «Killer Instinct», ou a tentar marcar triplos no «Bulls VS Blazers and the NBA Playoffs».

Nos salões de jogos, as máquinas que mais lhe prendiam a atenção – e o dinheiro – eram o «Cadillacs and Dinosaurs», o «The Simpsons» e o «Alien Vs predator».

Os anos passaram e Marco mudou-se de Coimbra para Lisboa, criou – juntamente com a namorada, Sabrine Lázaro – um canal de videojogos, o MF Gaming, onde falava sobre os jogos que mais o divertiam. Depois vieram as reviews de jogos, as live streams e a cobertura de eventos. Pelo meio, criaram iniciativas inéditas, como “Quem Quer Ser Um Gamer Milionário”, uma versão gaming do célebre concurso de televisão, onde ofereciam jogos aos vencedores.

A criatividade dessa iniciativa – aliada à naturalidade com que Marco comunicava – despertou a atenção da Sigma 3, a produtora que fazia o curto-circuito na SIC Radical.

Durante um passeio matinal de bicicleta, recebeu um telefonema: Era um convite para apresentar um programa de televisão dedicado a videojogos antigos: O Retrogamers.

O programa foi – e continua a ser – um sucesso. “Dá-me um gozo à bruta fazer o programa. Especialmente porque estou acompanhado por mais malta que gosta disto à séria”, afirma Marco.

Foi no contexto desse programa que Marco Fresco foi a Cantanhede, para visitar o primeiro museu dedicado ao ZX Spectrum do mundo. Foi lá que, sem fazer ideia, reencontrou João Diogo Ramos, fundador e curador do museu, cuja história já contámos na nossa rubrica de Histórias de empreendedorismo, na reportagem “O empreendedor quer, o colecionador sonha, o Museu Spectrum nasce“.

Ambos conheciam-se das noitadas nas Docas de Coimbra, entre 2005 e 2010. Não se viam desde então.

Como surgiu o Street Gaming
Esta é já a terceira edição do Street Gaming. A ideia para o evento surgiu com um desafio. Era inverno, estava quase a chegar o Natal de 2022, e Marco e João estavam em Lisboa, na Comic Con, o primeiro como responsável pela área de gaming e o segundo em representação do Museu Load ZX Spectrum.

No final de um dos dias do evento, já com considerável cansaço e cerveja no corpo, Marco quebrou o silêncio com um desabafo: “Epá, estamos aqui a trabalhar tanto para outros, quando podíamos estar a fazer isto nós”. João olhou determinado para o amigo. “Queres fazer isto em Cantanhede? É já!”.

Não era só o álcool a falar. Seis meses depois, o Street Gaming estreava em Cantanhede, com milhares de visitantes a deambular pelos 400 metros quadrados de uma enorme tenda branca instalada na Praça Marquês Marialva.

“Conseguimos fazer um evento que ninguém tinha feito”, frisa João. O que é diferente é que isto não é um evento híper competitivo de gaming. Não é um evento e-sports. É um evento para ir em família ou num grupo de amigos e, simplesmente, divertirem-se.”

“A maior parte dos eventos em PT são direcionados ao gamer hardcore”, acrescenta Marco. “Nós fazemos torneios onde qualquer pessoa pode ir e participar. E ganhar!”, frisa, referindo-se a um jovem que ganhou um dos torneios desta edição do Street Gaming, tendo enfrentado, inclusivamente, jogadores profissionais.

“Qualquer miúdo que está em casa a jogar Fifa ou Mortal Kombat com os amigos, pode vir aqui e surpreender toda a gente. Mas, sobretudo, divertir-se!”.

Para além do vasto espaço dedicado ao retrogaming, o duo organizador destaca também a presença de consolas e computadores de última geração (cedidos pela Switch Technology e pela Grow Up) à inteira disposição dos visitantes; a presença de muitos youtubers e influenciadores populares entre os jovens, que animam constantemente as atividades; a celebração da cultura Pop com iniciativas – e até concursos – de cosplay; a área recheada de merchandising (Valquíria); momentos dedicados ao K-pop e concertos musicais; e a “oferta museológica única”, proporcionada pelo Museu LOAD ZX Spectrum.

Gaming em todas as Ruas do Centro
Ambos pretendem levar o Street Gaming a vários munícios do país, especialmente na zona Centro. “Acreditamos que é um evento que tem mais probabilidade de sucesso no interior, onde geralmente há mais capacidade e vontade de dinamizar coisas diferentes”, afirma João.

O organizador considera esta iniciativa uma “oportunidade significativa” para a Região Centro de Portugal e para os territórios de baixa densidade.

“A sua natureza peculiar oferece uma plataforma única para reunir pessoas de diferentes origens e idades em torno de uma paixão comum: os videojogos e a cultura Pop. Além de proporcionar entretenimento e diversão, o evento impulsiona a economia local, atraindo visitantes e promovendo o turismo na região. Além disso, ao destacar o potencial criativo e empreendedor dos habitantes locais, o evento pode inspirar iniciativas semelhantes e promover o desenvolvimento cultural e social da área”.

Após edições em Cantanhede (Região de Coimbra) e Castelo Branco (Beira Baixa) em 2023, o evento regressou este ano às origens, com uma nova edição em Cantanhede. A quarta, ainda em 2024 (20 a 22 de Setembro), já tem destino marcado: Ourém (Médio Tejo).

O Street Gaming, explica João, é sempre organizado em parceria com um município. “Trazemos todo este espólio único – consubstanciado num museu – e montamos e dinamizamos o evento, o qual os municípios depois oferecem às respetivas populações”.

Viajantes de Évora
“Não acredito nisto! Um Amiga… e logo com o «Sensible Soccer»!”. A exclamação é de Pedro Ferreira, 45 anos. O Street Gaming fê-lo percorrer 313 quilómetros de Évora até aqui. “Já tinha percorrido 200 para ir à edição de Castelo Branco”, acrescenta de imediato, a rir.

E o que faz uma pessoa percorrer mais de mil quilómetros (ida e volta) para ir ao mesmo evento? “É muito simples”, assegura: “Não há mais eventos onde exista a possibilidade, pelo menos com esta intensidade, de fazer um flashback ao nosso passado com a computação e com os videojogos”.

Há momentos, sentiu na pele essa sensação nostálgica ao ver um Commodore Amiga, completamente funcional e, ainda por cima, com o jogo de futebol com que ele passava horas a defrontar o irmão no início dos anos 90. “Jogávamos muito o «kick Off» também. Mas o ‘Sensible’ tinha uma jogabilidade fantástica. Jogava esses jogos por causa dele, que era um pouco mais velho do que eu e adorava jogos de futebol. Já na altura do Spectrum, eram autênticos torneios de «Match Day»”.

Pedro não fez disto um plano solitário. Trouxe a família com ele. A esposa, Ana Rita, os filhos Xavier (9 anos) e Fausto (7) e o sobrinho António (3).

“Acho que é um evento de partilha, que permite mostrar aos meus miúdos como foi a minha história com a informática e com as consolas. Mas de uma maneira prática. Aqui eles podem vivenciar tudo, passar pela experiência de um jogo”.

Fausto está sentado em frente a uma Nintendo, com uma pistola cinza-laranja na mão, a jogar «Duck Hunt». Já Xavier, vê a sua predileção denunciada pela estampagem da mascote da Sega na sua T-shirt. “Esse agarrou-se logo à Megadrive com o «Sonic»”.

“Eles dizem-me que os jogos de agora são muito mais bonitos, mas que os de antigamente são muito mais divertidos e interessantes de jogar”, afirma o pai, com indisfarçável orgulho no olhar.

“Nos jogos de hoje há demasiada complexidade, são demasiados botões e combinações para conseguir entrar e, em cinco minutos, passar momentos de diversão”, afirma, enquanto vislumbra os seus filhos a ensinar o seu sobrinho de três anos a jogar «Crazy Taxi» numa arcade.

“Os videojogos, para mim, sempre foram um momento de família e de amigos. Quando era miúdo, juntávamo-nos na casa do meu primo e passávamos tardes a jogar, a brincar uns com os outros, a fazer pirraça, a lanchar juntos. Hoje, os jogos são jogados à distância, isolam cada vez mais o jogador e deram uma volta de 180 graus relativamente ao passado: ao invés de aproximar pessoas e construir amizades, aquelas da rua, que muitas vezes perduram para a vida, isolam e deprimem”.

Pedro afirma que, se hoje é engenheiro informático, deve-o a esses momentos de infância de contacto com os computadores e as consolas. O Street Gaming permite-lhe apresentar aos filhos esse mundo iniciático e as muitas histórias nostálgicas que lá vivem. “Eles adoram vir, conhecer e experienciar tudo isso. Seja onde for o próximo, lá estaremos!”.

Viajantes de Portalegre
No jardim exterior, sem que se saiba propriamente o motivo, dois indivíduos estão a lutar. Um é mais velho do que o outro, mas isso não o impede de vencer a luta. É assim com as duas personagens de «King of Fighters 94» que estão no ecrã do televisor. E é assim com os dois visitantes do Street Gaming que os controlam.

Acácio pego tem 67 anos e não é um aficionado dos videojogos. Mas fez dos videojogos uma grande parte da sua vida profissional nos anos 80 e 90. Tinha uma loja em Sangalhos (Anadia) onde vendia várias consolas, desde Master System e Megadrive aos Familly Game (a referida clone da NES). Vendia também imensas máquinas portáteis de jogos, muito populares na altura, incluindo uma célebre máquina azul da marca Tronica com o jogo «Space Revenger», que a pessoa que escreve estas linhas – até hoje, 30 anos passados – não sabe onde foi parar.

“Era uma loucura, as pessoas andavam doidas com isso. Foram muitos anos a vender disso”, afirma. “Olhe, aquele do patinho com a pistola («Duck Hunt»), vendi centenas deles.

A filha, Isabel, ia muitas vezes para a loja depois da escola e experimentava todos os jogos. “Era controlo de qualidade”, diz a rir. “Muitos clientes chegavam lá e pediam opiniões. Eu tinha de estar devidamente informada”.

A família veio de Portalegre de propósito para marcar presença neste Street Gaming, persuadidos por Bruno Azeitona, namorado de Isabel. Esse sim, um autêntico apaixonado por videojogos. “Sobretudo de retrogaming”, destaca. “Isso é que me puxa mais. Fui a todas as edições deste evento”.

O bichinho dos videojogos visitou-o quando tinha sete ou oito anos. Chegou a casa e tinha uma Familly Game na sala. “Aquilo tinha 610 jogos, nunca mais me esqueço”, diz Bruno, sorridente. ”Olha, o Super Mario, por exemplo, limpei-o muitas vezes. Aquela música quando se passa de nível ainda hoje me está na memória”.

Nessa altura, ele e dois amigos reuniam-se muitas vezes no final das aulas para jogar. “Jogávamos muito o Contra. Vez à vez, o jogo era difícil, mas muito divertido. Depois, passado algum tempo, tive uma Megadrive. E desde aí, fui sempre acompanhado a evolução dos videojogos”.

Agora com 42 anos, por vezes Bruno faz planos com os amigos de infância para reviver esses momentos. “Bebemos umas cervejas, jogamos e experienciamos essa nostalgia toda. É top!”.

Embora já tenha estado nas edições anteriores do Street Gaming, Bruno é sempre surpreendido pelas novidades. Há momentos “ficou louco” quando viu uma Neo Geo ao vivo, pronta para ser utilizada. Nas revistas da especialidade dos anos 90, era considerada uma espécie de “Rolls-Royce das consolas de videojogos”.

Agarrou de imediato nos joysticks e desafiou o sogro para um jogo de luta. “Limpou-me, sim. Mas está tudo bem!”, diz a rir. “A vida continua”.

Destaca a diversidade etária que se pode encontrar no recinto. “Logo por aí, consegue-se ver a aceitação global das pessoas. Há sempre muita gente a jogar e muita alegria espelhada nos rostos. É fantástico! Estamos todos aqui pelo mesmo. Para jogar, para nos divertirmos, para curtir um bocadinho”.

Quando questionado sobre a importância deste tipo de eventos para a Região Centro do país, Bruno pousa o comando e dispara de imediato: “Olha, nunca aqui tinha estado em Cantanhede. E estou aqui agora, graças a isto! Isso diz tudo, não diz?”.

Revela-se ansioso que o Street Gaming “se espalhe um pouco por todo o país”, em particular pelo interior. “Traz pessoas, estimula o comércio local. Nós vamos estar aqui o dia todo, vamos almoçar, lanchar e jantar aqui pela zona”.

Assegurando que vai regressar no dia seguinte, despede-se de nós e dirige-se para outra seção do evento. Pelo caminho, confessa: “Nem acredito que joguei uma Neo Geo”.

Todas as consolas do mundo
Uma característica que define o Street Gaming e orgulha os seus organizadores é que têm um espólio massivo de consolas e equipamentos antigos à disposição dos utilizadores.

Ao todo, são mais de 100 equipamentos (consolas, computadores antigos e máquinas Game & Watch) que o Museu Load ZX Spectrum adquiriu desde a primeira edição do Street Gaming. “Mas atenção, não quero ter um museu de consolas. Quero ter um espaço vivo de consolas”, assegura João.

“Essa é a grande diferença”, acrescenta Marco, entusiasmado. “Há eventos que têm consolas retro, mas as raridades, não podes tocar nelas. Estão quase num aquário. Nós metemos tudo isso a jogar”.

No street Gaming, um visitante pode passear pelos corredores das consolas e deparar com uma Neo Geo, uma Atari Pong, uma Sega 1000, uma Color TV-Game de 1977 (a primeira consola Nintendo), uma rara PSX japonesa, um Mega-CD, uma ColecoVision ou até uma Sega Mega Jet, “uma versão compacta e raríssima da Megadrive“ que era disponibilizada em aviões no Japão para os passageiros poderem jogar durante a viagem. E, futuramente, uma Magnus Vox Odissey de 1972, a primeira consola da história dos videojogos.

O duo organizador “diverte-se particularmente” com as expressões de espanto dos visitantes quando encontram estes equipamentos mais improváveis nos eventos.

“Este espólio orgulha-me! As últimas consolas que nos faltam são mesmo extremamente raras, são a nata da nata. Temos quase tudo o que existe! E já falta muito pouco para termos mesmo tudo”, confessa Marco.

“Sempre fizemos questão de não usar qualquer tipo de sistema de emulação. Só temos equipamentos originais, em funcionamento e à inteira disposição das pessoas”, afirma João.

Esse nível de purismo torna toda a operação logística mais complexa. Todas as consolas retro estão ligadas a televisões CRT, o que acarreta um desafio adicional no transporte. “Temos, inclusivamente, uma pessoa sempre presente nos eventos que, na eventualidade de avariar qualquer equipamento, o pode reparar na hora”, informa João.

E como tem funcionado o processo de triagem e aquisição de consolas? “É muito simples”, assegura Marco. “Sempre que é preciso investir numa consola, simplesmente digo ao João que ela existe”, afirma, com uma gargalhada.

Seguem-se autênticas epopeias em plataformas como a Vinted ou o Ebay. A localização do material é um obstáculo contornado pela obstinação e facilidade de gerar redes de contacto de João. “Tenho encomendas espalhadas pelo mundo, já desde os tempos da construção do Museu Spectrum. Fui buscar computadores ao Peru ou triciclos da Sinclair à Holanda. Já tive amigos que me adquiriram coisas em Inglaterra. Tenho histórias logísticas loucas”.

Na maior parte das vezes, as maiores raridades e melhores negócios estão nos Estados Unidos da América. Uma distância que João também arranjou maneira de encurtar. “Tenho um amigo português na Califórnia que recebe todo esse material. Já tem a garagem cheia com mais de 30 equipamentos, não sei como é que ainda não me mandou passear”, afirma, a rir.

É nessa garagem da Califórnia que está a Magnus Vox Odissey do Street Gaming.

Viajantes de Viseu
Junto a uma Game Cube, duas viseenses – Sofia (33 anos) e a filha, Amélia (8) – divertem-se a jogar «FIFA Street». Ambas fizeram-se à IP3 neste sábado escaldante de verão só com o intuito de marcar presença neste Street Gaming.

Por um lado, pela paixão dos videojogos que ambas partilham. Já jogaram em todas as máquinas arcade presentes no evento e em quase todas as consolas.
Por outro, porque a mãe queria muito apresentar este “bocadinho do seu passado gamer” à filha.

A memória mais antiga de um videojogo remete Sofia a um velho computador, que engolia disquetes que lhe permitiam jogar “Puzzle Bubble”. Depois veio o Game Boy e as longas jornadas a explorar «Super Mario Land» ou o «Pokemon Amarelo», que o avô lhe trouxe de Andorra, completamente em espanhol. “Mas conseguia jogar na mesma”, diz, com um sorriso. Os videojogos ultrapassavam barreiras, fossem físicas ou linguísticas.

A primeira Playstation foi outra das suas consolas de eleição, cujas saudades já teve oportunidade de saciar aqui no espaço.

Por vezes, é percetível um olhar ansioso que ambas deixam escapar para um dos cantos do recinto. Estão à espera que uma Nintendo Switch fique livre, para poderem fazer corridas no «Mario Kart». “Vai ser muito divertido”, diz Amélia, entusiasmada.

Sofia debruça-lhe o olhar, enternecido. “Já tinha ouvido falar desta iniciativa e senti que era a oportunidade certa para a trazer. Estamos a gostar imenso de partilhar estes momentos as duas, acho importante e especial partilhar esta nostalgia com ela”.

Centro: A capital do gaming
Para além da premissa do Street Gaming, que almeja levar a vários territórios do Interior autênticas aventuras epopeicas de videojogos, o Centro de Portugal tem sido uma espécie de Meca para os eventos de gaming.

São cada vez mais os eventos dentro desta temática que são organizados, periódica ou pontualmente, na região Centro, desde o Gaming Xperience (Aveiro), o Leiria Gaming Weekend ao Tomar Game Festival, entre muitos outros.

Todos os anos, a convenção Coimbra BD inclui uma ampla área Gaming com um espaço free to play onde é possível experienciar desde os clássicos aos mais recentes lançamentos da indústria.

E todas as primaveras, a vila histórica de Óbidos abre as portadas do seu castelo para organizar um dos maiores eventos de gaming do país, o Óbidos Vila Gaming. Vamos também conhecê-lo melhor.

Óbidos Vila Gaming
As muralhas históricas da vila de Óbidos acolhem o Óbidos Vila Gaming, um evento anual, organizado pelo município de Óbidos em parceria com a empresa municipal Óbidos Criativ, a OBITEC (Parque de Ciência e Tecnologia) e a E 2 Tech, que celebra a indústria dos videojogos, reunindo entusiastas, profissionais e empresas do setor a nível nacional.

“É mais do que uma simples convenção de videojogos; é uma plataforma multifacetada que combina competição, inovação, educação e networking, focando-se em diferentes vertentes dos videojogos, desde o desenvolvimento e design até à realidade virtual e esports. É um ponto de encontro estratégico para a troca de conhecimentos e experiências entre profissionais da área, estudantes e interessados”, informa Filipe Daniel, presidente da Câmara Municipal de Óbidos.

“Inclui torneios de esports, workshops, palestras, exposições de jogos independentes e demonstrações de novas tecnologias. É também uma oportunidade para empresas e startups exibirem seus produtos e inovações, promovendo o crescimento e a visibilidade do setor em Portugal”.

E o setor, destaca o autarca, é significativo. A indústria dos videojogos atingiu receitas globais de aproximadamente 159,3 mil milhões de dólares em 2020, superando a soma das indústrias do cinema (41,7 mil milhões) e da música (41,7 mil milhões).

“Esta comparação destaca a robustez e o potencial de crescimento da indústria dos videojogos, tornando-se um setor atrativo para investimentos e desenvolvimento económico”.

Óbidos Vila Gaming em Números
A edição de 2024 do evento (realizada entre 4 e 12 de maio) recebeu 25 mil visitantes, que tiveram acesso a mais de 200 postos de jogo, incluindo 70 cadeiras de Gaming, 50 consolas, 12 dispositivos de realidade virtual, 10 simuladores, 70 monitores, 40 PCs e mais de 50 máquinas arcade, com clássicos como «Pacman», «Space Invaders», «Donkey Kong», «Metal Slug», «Final Fight», «Street Fighter 2», «Sega Rally» ou “Daytona USA».

As atividades incluíram 81 horas de programação, distribuídas por 15 áreas na vila.

Houve sessões de eSports, como o «Rocket Master League Portugal», torneios de «Fortnite», «Counter-Strike» e «EA Sports FC 24».

No âmbito da iniciativa “Game Dev Sessions”, realizaram-se também seis ‘workshops’ sobre a indústria dos videojogos, contando com a presença de algumas empresas do setor e abrindo aos jovens participantes a possibilidade de apresentarem os seus portefólios e tentar ser recrutados.

Óbidos como Hub da indústria
A ideia para o Óbidos Vila Gaming surgiu de uma necessidade: a atração e fixação de jovens talentos para a vila, com uma estratégia focada em criar “um ecossistema propício” para o desenvolvimento de carreiras altamente qualificadas.

“O Gaming, que vai muito além do entretenimento, foi identificado como um setor estratégico e inovador. Ao implementar este evento, Óbidos posiciona-se como um polo tecnológico e criativo, incentivando o desenvolvimento económico e social da região, promovendo a interação entre tecnologia e outras atividades económicas”, afirma Filipe Daniel.

Sublinhando uma “forte aposta” do município no setor do gaming e no design criativo, o autarca dá alguns exemplos de iniciativas nesse sentido, como a criação de hubs tecnológicos (espaços dedicados ao desenvolvimento de startups e incubadoras de empresas relacionadas com a tecnologia e videojogos), parcerias com Instituições de Ensino (colaborações com universidades e escolas técnicas para oferecer programas de formação especializada), eventos de Networking e Conferências que facilitam a conexão entre jovens profissionais e empresas do setor e o desenvolvimento de infraestruturas modernas que suportam as necessidades tecnológicas das empresas e profissionais da indústria dos videojogos.

“Ao focar-se nestas estratégias, Óbidos posiciona-se como um centro de inovação e criatividade, atraindo jovens talentos e fomentando um ambiente de crescimento económico sustentável através do setor dos videojogos”.

Observatório de Gaming
Durante a edição de 2024 do Óbidos Vila Gaming foi lançado o primeiro Observatório de Gaming e esports, que visa “responder à ausência de dados factuais e fidedignos” sobre esta indústria, realizar estudos de investigação e perceber, “de forma atual e a curto prazo”, qual é o estado do gaming e dos eSports em Portugal, seja o mercado, a realidade social ou a representatividade desta indústria para o país.

O Observatório de Gaming e esports é uma iniciativa da OGE – Associação Portuguesa de Observação do Gaming e dos eSports, entidade que envolve o Município de Óbidos, investigadores e profissionais da área, o Politécnico de Leiria, o Agrupamento de Escolas de Óbidos e o Óbidos Parque, onde se encontra sedeado.

“Mais um passo que consolida Óbidos como um polo estratégico para a cultura gamer e tecnológica”, destaca Filipe Daniel.

O que torna o Óbidos Vila Gaming um evento diferenciador? Filipe Daniel não hesita na resposta: “É, sem dúvida, a sua realização dentro de um castelo medieval, criando um cenário icónico, único e memorável”.

No entanto, o autarca destaca que “o verdadeiro diferencial” está no “cariz altamente profissional” das equipas responsáveis pela dinamização do Óbidos Vila Gaming. “Organizam o evento com um foco rigoroso na qualidade, inovação e relevância, proporcionando uma experiência enriquecedora tanto para profissionais da indústria como para entusiastas”.

E os entusiastas tanto podem ser amantes dos videojogos mais modernos como apaixonados nostálgicos pelos clássicos retro. “ Do retrogaming à última geração de consolas, podem esperar uma experiência completa e diversificada no Óbidos Vila Gaming”.

“A combinação do ambiente histórico com a excelência profissional faz do Óbidos Vila Gaming um marco distintivo no setor dos videojogos”.

“É fantástico ver o crescimento e a diversificação dos eventos de gaming no Centro de Portugal”, afirma João Diogo Ramos. “Tanto eu como o Marco Fresco somos do distrito de Coimbra e é especialmente gratificante ver a nossa região florescer com um núcleo vibrante de atividades. Esperamos continuar a contribuir para dinamizar ainda mais essa área e fortalecer a comunidade de gamers e entusiastas de cultura pop na região”.

A proliferação de eventos no Centro deixa Marco particularmente feliz: “Adoro! Acho incrível! Quem me dera a mim, quando era novo, ter esta quantidade e diversidade de atividades à disposição”.

Esse sentimento – explica – torna-se motivador. “Motiva-nos a tentar chegar aos sítios onde não há este tipo de eventos. Em Cantanhede e Castelo Branco, por exemplo, o Street Gaming foi o primeiro evento de gaming de sempre. E nós sentimos muito esse reconhecimento local, as pessoas vem ter connosco e dizem: ‘Obrigado por trazerem isto cá’.”

Cosplay
Deambula pela tenda com um vestido verde e longas tranças ruivas. Mas no último dia do Street Gaming, Ana Martins vai estar bem diferente. Vai vestir a pele de Sett (versão Heartsteel) do videojogo «League of Legends».

Tem 29 anos e faz cosplay há 13. “Sempre foi uma oportunidade fantástica para me expressar, não só como homenagem às personagens que gosto, mas também pela sensação de poder ser, durante um dia, outra pessoa”.

Esta paixão despertou-lhe inúmeras aptidões. Aprendeu a costurar, a fazer moldes, a trabalhar com eletrónica ou a fazer impressões 3D. “É muito divertido passar por todo esse processo, criar o meu próprio fato e depois estar numa convenção a partilhar isso com as pessoas”.

Ana vai ser a apresentadora do concurso de cosplay do Streetgaming. Desafia todos os entusiastas pela atividade a libertar qualquer tipo de receio e a participar. “Especialmente neste tipo de eventos, num ambiente mais familiar que ajuda a superar inibições. Desde crianças a adultos, todos podem subir ao palco mostrar a sua criatividade”.

Sorri e assegura: “Qualquer pessoa pode participar! Só é preciso ter vontade e paixão. O cosplay, tal como o Street Gaming, é para toda a gente”.

“O cosplay é muito importante, dá muita vida ao evento”, afirma Marco. “Temos sempre muitas inscrições, por vezes até de famílias inteiras. Em Castelo Branco, um casal e os seus dois filhos pequenos participaram todos juntos, a representar personagens de «Naruto».”

Na primeira edição do Street Gaming houve até personagens de «Street Fighter» em ação no palco. Literalmente. Foi uma performance que surpreendeu tudo e todos, efetuada pelo grupo Insanity.

Desta vez, vai voltar a haver luta, mas com outras personagens e noutro tipo de palco. Dentro de momentos vão ser destrancadas as portas do torneio «Mortal Kombat 2».

João inscreveu-se. Está, neste momento, a treinar com Marco, num duelo de «Ultimate Mortal Kombat 3» numa Megadrive. “Vais levar na cabeça como levaste na «Pong» em Castelo Branco”, avisa João. “Não desmintas que está filmado pela RTP”, afirma, referindo-se a uma reportagem da RTP nessa edição do Street Gaming que captou esse duelo. “Foi uma sova monumental”.

Num intervalo entre dois rounds, João olha para trás e solta um sorriso malandro: “Na realidade, nem sei se ganhei ou não, mas eu gosto de picar a malta!”.

“Ó pá, aqui não conta… na arcade é que é!”, resmunga um deles, assim que as letras garrafais a vermelho surgem no ecrã da televisão, dando corpo a um imperativo “finish him!”.

O torneio vai decorrer numa máquina arcade do jogo «Mortal Kombat 2». “É a máquina original de 1993, com todos os componentes originais”, afirma Fernando Oliveira, um portuense de 49 anos que é o responsável pela presença de todas as arcades em todas as edições do Street Gaming.

Salão de jogos ambulante
Rua 31 de Janeiro, Porto, 1991. Fernando tinha 14 anos e, por isso, não podia legalmente entrar no salão de jogos Luna. Um ou outro dia, quando a confiança e a rebeldia da idade ardiam com mais fervor, arriscava escapulir-se lá para dentro. Mas, na esmagadora maioria das vezes, via aqueles jogos que tanto o fascinavam a partir da entrada do Luna.

A máquina com o jogo «Street Fighter 2» estava junto à entrada, virada para o exterior. Por isso, Fernando passava horas a ver esses duelos entre aquelas personagens “enormes e com gráficos de topo” na altura.

“Aquilo era uma loucura, havia filas gigantes de pessoas para jogar ao bota-fora. Mas estavam sempre por lá os pro’s que arrebentavam com toda a gente e nunca saiam da máquina. Os outros, metiam a moeda de 50 escudos, sentavam-se e passados dois minutos já estavam cá fora”, relembra Fernando.

Quando, finalmente, teve idade para usufruir daquilo tudo, Fernando passou a ser um cliente assíduo do Luna. Mas também tinha passagens bastante fugazes pela máquina preferida de todos. “Os pros continuavam por lá e era impossível competir com eles”.

Mesmo munido do bilhete de identidade que lhe permitia frequentar o salão à vontade, Fernando continuava a não conseguir usufruir em pleno do seu videojogo preferido. Como tantos outros jovens da altura, sonhava tê-lo na sua casa. O sonho demorou 18 anos a concretizar.

Em 2009, Fernando soube que um proprietário de um antigo salão de jogos mantinha máquinas há muitos anos num velho armazém. “Iam acabar por ir para o lixo, fui lá e adquiri algumas. A ideia era recuperá-las e divertir-me com os amigos lá em casa”.

Mas os visitantes começaram a ficar cada vez mais curiosos e interessados em ter um “brinquedo daqueles” nas suas salas, sótãos ou garagens. Inicialmente, Fernando divertiu-se a adquirir máquinas velhas, recuperá-las e vendê-las a “preço de custo” aos amigos. O interesse começou a expandir-se a conhecidos e amigos de conhecidos. “Foi aí que percebi que havia ali um negócio, que afinal não era só eu ‘o maluquinho das arcades’. “Comecei a fabricar máquinas de raiz e criei a Arcade Game”.

Hoje, Fernando tem cerca de 160 máquinas arcade, guardadas em dois armazéns, em Vila Nova de Gaia e Vila do Conde. “Mais algumas em casa”.

“Embora também as venda, sempre que encontro máquinas originais – específicas de um jogo – tento mantê-las em minha posse, pela nostalgia. As genéricas, recupero e vendo. Ou contruo-as de raiz, personalizadas de acordo com as preferências do cliente”.

A Arcade Game esteve nas três edições do Street Gaming.

“Dá-me uma alegria enorme ver a expressão das pessoas a olhar para estes tesouros de antigamente. Sejam as arcades ou as consolas, é incrível! Mesmo os mais novos, dá gosto ver como reagem: sentam-se, olham e exploram uma coisa que nunca viram na vida. É isso que me motiva a continuar a estar sempre presente nestes eventos”.

Fight!
Novembro, ano 2023 D.C. Vários curiosos acotovelam-se para conseguir um vislumbre de um musculado braço robótico, que se movimenta às ordens de um ZX Spectrum. O artefacto tecnológico está guardado no stand do Museu LOAD ZX Spectrum, no Lisboa Games Week.

Hoje, o cérebro por trás dessa invenção, Rui Martins, defronta João na meia-final do torneio de «Mortal Kombat» 2 do Street Gaming. “Não quero perder com ele nem por nada, geralmente o sacana ganha-me, mas espero dar-lhe uma malha”, diz o coorganizador do evento.

O duelo começa. Liu Kang vs Liu Kang. Quando a poeira assenta, o lutador controlado por João é o ultimo de pé.

Na outra meia-final, Nuno Cardoso (Grow Up) enfrenta André Galático, fenómeno do Tik Tok com mais de meio milhão de seguidores. Scorpion contra Liu Kang. Após três rounds, Nuno assegura o seu lugar na final.

Segue-se o embate pelo terceiro lugar no pódio. Rui contra André, Liu Kang contra Liu Kang.

Entre a assistência, ouvem-se várias expressões de espanto pela escolha predominante não recair sobre o Sub-Zero, talvez o personagem mais popular e recorrente nos duelos de «Mortal Kombat». Mas aqui não. “Estão quase todos a jogar com o Liu Kang, pá”, alguém diz.

Para João, essa escolha não é nada surpreendente. “Em todos os videojogos de luta, jogo sempre com a personagem que seja mais parecida com o Bruce Lee. No «Tekken», é o Law, no «Street Fighter», é o Fei Long. E no «Mortal Kombat», é sempre o Liu kang!”.

Confessa-se um fã inveterado do célebre ator e lutador sino-americano. Viu todos os filmes e leu todos os livros sobre ele. E não só. “Fui a Hong Kong em trabalho e visitei um museu com uma exposição dedicada ao Bruce Lee. Comprei lá uma réplica do fato amarelo dele no filme «Game of Death» e, quando cheguei a Portugal, gastei uma fortuna num manequim todo branco. Hoje, o Bruce Lee está na minha sala de cinema, com as matracas e tudo”.

A grande final gera espetativa, com uma pequena multidão a aglomerar-se à volta dos finalistas. O Youtuber Daniel Soares é o dinamizador da competição e o seu entusiasmo continua a angariar cada vez mais público. Muitos dos elementos da assistência são da equipa. “Na realidade, é muito mais do que uma equipa”, sublinha Marco.

Família Street gaming
Deambulam um pouco por todo o espaço, com camisolas negras a afirmar que “O gaming sai à rua”. Estão sempre prontos para esclarecerem dúvidas, oferecerem sugestões ou até para acompanhar os visitantes nestes dias de viagem pelo mundo antigo e moderno dos videojogos.

“Vemos esta equipa como família e integramos todos dessa forma”, afirma Marco. “Todos temos em comum o amor pelos videojogos e a diversão proporcionada pelos mesmos”.

A família Street Gaming surgiu de dois ramos diferentes mas complementares, o Museu LOAD ZX Spectrum e o MF Gaming.

“Mesmo com diferenças geracionais pontuais e competências técnicas e soft skills variados, desde o início que se percebeu que havia uma partilha de valores como camaradagem/entre-ajuda, boa disposição/diversão e profissionalismo/seriedade por parte de todos os elementos”, afirma João. “Estes valores expandiram-se na escolha dos parceiros que têm estado connosco desde a primeira edição do evento”.

Marco faz um aceno concordante com a cabeça e acrescenta: “Levar o Street Gaming a novos locais representa a confirmação que todo o esforço, dedicação e paixão desta família é justificável”.

You win!
Alguns participantes pausam os jogos das consolas e olham para trás, a tentar percecionar de onde veio o grito que se propagou pelo espaço. João está de braço no ar e punho cerrado. No ecrã, o seu Liu kang debruça-se numa postura de agradecimento. Muitos, alheios ao torneio, ainda se questionam sobre o que se terá passado. O grito foi bem audível por todos. Talvez incorporasse mais do que uma luta. A das artes marciais, mas também a negocial, a logística, a burocrática. Todos os rounds de uma luta invisível cujo desfecho vitorioso permitiu que milhares de pessoas tivessem usufruído de tudo o que aqueles três dias tiveram para oferecer naquele recinto. João venceu esse torneio, juntamente com Marco e toda a família Street Gaming.

Já é de noite quando abandonamos o recinto, que ainda está cheio de gente. Há uma morna brisa noturna que entra pela tenda e oferece uma reminiscência de noites antigas de verão em salões de jogos, com uma ou outra janela aberta entre flippers, bilhares e máquinas arcade.

Passamos por Byron, que ainda anda por lá, a abanar e cabeça e a sorrir:“What a ride mate, what a ride!”.

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Responsabilities:
Creating 2D graphic materials for game projects: icons, UI elements, logos, backgrounds, pop-ups, banners, etc.;
Creating ready-made images in a single specific style and preserving this style in all elements of art;
Preparing and transferring final graphics to Technical Artists for integration into Unity (understanding optimization process and how to make atlases for Unity light-weighting and without repeatable items);
Adjusting art according to the client’s comments;
Close cooperating with the team from 2D Artist (supervisor), Technical Artist, and Project Manager.

Requirements:
Excellent knowledge of Adobe Photoshop and mastery of all tools. Using color adjustments, blending modes, masks, and various layer styles;
Drawing by hand and on a graphics tablet is welcome;
Creating high-quality graphics;
Knowledge of color combinations;
Arranging light/shadow, a sense of perspective;
Creating volume and working with fonts;
Creating volume headings and logos;
Working in various graphic styles and understanding various styles;
Experience in preparing generated images for integration into Unity is preferred;
Creating sprite atlases and understanding all processes for optimizing art;
Searching for and using references in work;
Knowledge of 3D packages would be a big plus;
Thinking outside the box and being creative;
1+ year of experience in the gaming industry will be a big plus;
English B2 is required;
Availability of portfolio with examples of UI, logos, pop-ups, banners, and backgrounds.

If you’re interested in this job please send your CV in English to catarina.sa@decskill.com with reference “CS/Game_Designer”.”
+infos(oficial): https://decskill.com/

Procura-se um Lead Game Designer (XR Project) (Odivelas/Portugal) pela Infinity Games, no modo remoto, em que:
“We are looking for an innovative and experienced Lead Game Designer to join our team in Odivelas. You will be responsible for shaping the vision and design of our XR (AR, VR, MR) projects, ensuring they are engaging, immersive, and aligned with our client’s objectives. As the Lead Game Designer, you will collaborate closely with the lead developer and other team members to bring our creative concepts to life.

Responsibilities:
Lead the design and development of XR game concepts and experiences.
Develop detailed design documents, including storyboards, game mechanics, and level designs.
Collaborate with the development team to ensure the design vision is implemented effectively.
Conduct playtesting sessions and iterate on designs based on feedback.
Stay informed about the latest trends and best practices in game design and XR technologies.
Ensure the game design aligns with project goals and client expectations.

Requirements:
Proven experience in designing AR, VR, and MR games or applications.
Strong understanding of game design principles and mechanics.
Proficiency with design tools and software such as Unity, Unreal Engine, or similar platforms.
Ability to create detailed design documentation and wireframes.
Excellent communication and collaboration skills.
Creative problem-solving abilities and attention to detail.
Must be local to Odivelas/Lisboa (or surroundings) or willing to relocate.

Preferred Qualifications:
Bachelor’s or Master’s degree in Game Design, Computer Science, Interactive Media, or a related field.
Experience leading design teams or projects.
Knowledge of user experience (UX) design principles for XR.
Familiarity with scripting languages like C# or Python.”
+infos(oficial): https://infinitygames.io/

Procura-se um Game Designer – Casual Mobile Games (Almada/Portugal) pela Kwalee, no modo remoto, em que:
“As the Casual Game Designer, you will be responsible for a variety of casual games, creating fun and exciting mobile gaming experiences for players, all with your creative input. You will work closely with our Internal Development team, External Developers, Products, Producers and report directly to our Senior Game Designer.

Responsibilities
Think creatively to produce new engaging ideas and concepts for game designs that align with the target audience and project goals.
Collaborate with cross-functional teams including artists, programmers, game leads and producers to develop game concepts from ideation to execution.
Create fully-fledged design documentation including game mechanics, core loops, level layouts, monetisation and progression systems.
Conceptualize and design compelling game mechanics using modern mobile design principles.
Balance and fine-tune game mechanics, economy, game difficulty pacing and player progression to ensure a rewarding player experience while maximising revenue opportunities.
Create levels and additional content using Unity, for new and existing games.
Evolve and adapt game designs based on play testing, feedback and live metrics.
Maintain up-to-date approved design documentation to support the development team where necessary in Confluence

Requirements
A minimum of 3 years of experience in a game design role with at least one published relevant game.
Strong written and verbal communication skills.
Ability to work creatively in a demanding team environment.
Absolute passion for playing and making video games, especially mobile games.
Strong creative ideas and imagination, able to entertain players with challenges, humour, surprises and fun.
Positive attitude, self driven, able to work alone or as part of a team.
Knowledge of mobile game monetisation and advertising techniques.
Based in one of our office hubs, following our hybrid model with 3 days per week on-site.”
+infos(oficial): LINK

Procura-se um Senior Game Designer (Mobile Games) (Almada/Portugal) pela Kwalee, no modo remoto, em que:
“As a Senior Game Designer you’ll be working closely with our Design Team to make our games as fun as they can be with responsibility for multiple mobile game projects, creating game design documents, diagrams and flowcharts. You will work closely with our design and mobile games teams and report to our Design Director.

Responsibilities
Working as part of the design team and working closely with them to make our games as fun as they can be.
Taking responsibility for multiple mobile game projects, creating game design documents, diagrams and flowcharts.
Designing compelling game mechanics using modern mobile design principles.
Creating, balancing and tuning game mechanics, game difficulty and UI flow.
Creating levels and additional content using Unity, for new and existing games.
Evolving and adapting game designs based on play testing, feedback and live metrics.
Driving long term player engagement by understanding mobile players needs and motivations.

Requirements
A minimum of 5 years experience in a game design role with at least one published relevant game.
Strong written and verbal communication skills.
Knowledge of mobile free-to-play game monetisation and advertising techniques.
Ability to work creatively in a demanding team environment.
Absolute passion for playing and making video games, especially mobile games.
Strong creative ideas and imagination, able to entertain players with challenges, humour, surprises and fun.
Positive attitude, self driven, able to work alone or as part of a team.”
+infos(oficial): LINK

Procura-se um Game Designer (Mobile Games) (Almada/Portugal) pela Kwalee, no modo remoto, em que:
“As we continue to grow, we are now looking for a Game Designer to join our hybrid-casual team in Almada.

As Game Designer you will be creating fun, exciting mobile game experiences with creative input from the initial pitch to the global launch. You will work closely with our design and mobile games teams and report to our Lead Game Designer.

Responsibilities
Working as part of the design team, taking responsibility for multiple mobile game projects, from an initial pitch all the way to global launch.
Keeping track of market trends and coming up with game ideas that will be well received by the ever-changing hybrid casual gaming audience.
Designing compelling game mechanics using modern mobile design principles. Creating, balancing and tuning game mechanics, game difficulty and UI flow.
Creating levels and additional content using Unity, for new and existing games.
Evolving and adapting game designs based on play testing, feedback and live metrics.
Driving long term player engagement by understanding mobile players needs and motivations.

Requirements
A minimum of 2 years experience in a game design role with at least one published relevant game.
Strong written and verbal communication skills.
Ability to work creatively in a demanding team environment.
Absolute passion for playing and making video games, especially mobile games.
Strong creative ideas and imagination, able to entertain players with challenges, humour, surprises and fun.
Positive attitude, self driven, able to work alone or as part of a team.
Knowledge of mobile free-to-play game monetisation and advertising techniques.”
+infos(oficial): LINK

Procura-se um Junior Game Designer (Porto/Portugal) pela ZeptoLab, no modo remoto, em que:
“In this entry-level role, you’ll get tons of support from our design team to help you:
Team up with our Design squad to dream up and tweak new and existing game features;
Create content that fits perfectly with the project’s vision and high-quality standards;
Quickly iterate on designs to make our games even more amazing;
Collaborate closely with the team to ensure your designs meet our project’s quality expectations;
Always keep the player experience front and center as the ultimate measure of any feature or content’s quality

Qualifications:
Previous experience working in a professional studio in an entry-level game design role;
Skilled in using the Unity engine;
Proven f2p game design knowledge;
Have a keen sense of what makes gameplay super fun and engaging;
Bursting with creativity, a passion for innovation, and the drive to exceed expectations;
Great communicator and a true team player;
Fluent in English, both speaking and writing

Remote Work Details:
Enjoy the flexibility of working remotely from anywhere in the Central European Time Zone;
Ensure you have a reliable internet connection and a cozy workspace for smooth collaboration;
Stay connected with the team through regular virtual meetings and continuous communication to keep projects on track and spirits high”
+infos(oficial): LINK

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